sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Editoria Estranha Semelhança com a Utopia

Os direitos e a mídia



Jefferson Ruiz


Há três anos venho sendo indicado para compor a comissão julgadora do Prêmio Visibilidade do Serviço Social e das Políticas Sociais, promovido pelo Conselho Regional de Serviço Social do Estado do Rio de Janeiro. Esta tarefa – que muito me honra – tem possibilitado um maior contato com distintas produções sobre direitos. Ainda que eles não componham o título do Prêmio do CRESS-RJ, ao se tratar adequadamente políticas sociais dificilmente se deixa de falar sobre um ou outro direito.

Há interessantes aprendizados a partir desta experiência. Um deles é o de perceber que, mesmo com a enorme concentração da comunicação nas mãos de poucas famílias, é possível perceber contradições na cobertura. Há órgãos populares de imprensa que por diversas vezes não se preocupam em qualificar sua cobertura sobre as políticas, resvalando para o senso comum. Por outro lado, órgãos que atingem imensos contingentes populacionais por algumas vezes têm tratado direitos com impressionante trabalho de pesquisa e com uma criticidade surpreendente. Em geral, as melhores produções são as que historizam minimamente a política tratada, apontam sua relação com a vida quotidiana de populações, informam sobre legislações daquela área, apontam o horizonte disputado por cada política, sem deixar de denunciar – quando é o caso – seus limites e contradições. Não é necessário que os textos sejam imensos para se tratar adequadamente um tema: há textos, curtas-metragens, entrevistas em rádio ou jornal, que em pouco tempo ou espaço conseguem produzir informação crítica e de alta qualidade.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Editoria Caleidoscópio Baiano

A ANIS está convidando casais não-heterossexuais a participarem de um documentário




O convite para a participação em um documentário trouxe-nos um assunto atual e polêmico: a adoção legal de crianças por casais não-heterossexuais aqui no Brasil. A iniciativa é da ANIS. Reunimos algumas informações sobre a entidade e o tema deste projeto:

 Quem é a ANIS?

A ANIS – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gêneros, é a primeira organização não-governamental, sem fins lucrativos, voltada para a pesquisa, assessoramento e capacitação bioética na América Latina. Com sede em Brasília, desde 1999, suas atividades são desenvolvidas através de uma equipe multidisciplinar composta por diversos profissionais de larga experiência em bioética. A entidade possui um programa de estágios, de voluntariado e de formação de jovens pesquisadores, entretanto possui uma equipe permanente.

Ao longo de sua existência vem democratizando suas pesquisas e ações de capacitação em universidades, centros de pesquisa, organizações não-governamentais, associações profissionais, comitês de ética em pesquisa, movimentos sociais organizados, além de outras instâncias sociais, políticas e educativas comprometidas com os interesses, direitos e capacidades das mulheres; Ações de advocacy junto ao Poder Legislativo e à mídia, baseadas nos princípios da bioética feminista, dos direitos fundamentais das mulheres e da justiça entre os gêneros.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Editoria Web@Técno

Os favoritos
Num desses bate-papos virtuais, resolvemos pôr em prática, uma que é comum em vários blogs: as indicações de sites, portais e outros blogs.

Hoje iniciamos essa possibilidade, dando dicas do que classificamos como interessantes na blogosfera. São endereços eletrônicos, dos quais acessamos em nosso cotidiano e as novas descobertas que fazemos através de pesquisas e dicas de blog-leitores e blog-amigos.

Ressaltamos nesse ato o que afirmamos em “Quem somos”: “(...) Cientes de que a informação é poder, o horizonte nos une e mobiliza é o direito a tê-la. Cabe-nos, então, como receptores e produtores, comunicá-la com qualidade.” Desse modo ela toma forma, fica cada vez mais visível.

Então seguem outros pontos cibernéticos de informações sobre os medias, questões sociais, cultura e educação. Na coluna lateral direita eles ficarão expostos para futuros acessos. Aproveitem! Mais fiquem atentos outros virão!

Eis apenas o começo.

Um abraço,

Equipe do Blog Mídia e Questão Social.
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 SITES E PORTAIS:

*COMUNICAÇÃO

sábado, 23 de janeiro de 2010

Dossiê Especial Haiti



    
              (...) O frio soluçante e amargura
Envolve o coração num fundo luto.
(…) A alma por mais feliz e por mais pura
Tem de sofrer o esmagamento bruto.
(…) Em tudo derramar o amor profundo,
Derramar o perdão no caos do mundo,
Sorrir ao céu e bendizer o Inferno!

“Fruto envelhecido”. Cruz e Sousa


Dois fatos recentes indignaram profundamente os brasileiros e merecem nossa análise aqui pela tematização da questão social e vínculo explícito com a esfera pública midiática nacional, em particular a TV: um deles refere-se ao caso dos garis paulistas filmados pela Band, para o programa de telejornal de final do ano (31/12/2009) do jornalista Boris Casoy; e o outro fez parte de uma crônica televisiva sobre o Haiti (13/01/2010), da autoria de Arnaldo Jabor.


Catástrofes da natureza, religião e «alteridade»:
LIÇÕES HUMANAS TIRADAS DOS ESCOMBROS DO HAITI



2010 fez sua entrada em cena com arroubo quase apocalíptico. A última vez que um ano chegou com essa força e fúria da natureza foi em 2005 com o Tsunami na Ásia. Angra dos Reis e Haiti, nesse começo de ano, viram-se, assim, não obstante a distância geográfica que os separa, latinamente irmanados pela tragédia natural, a qual deixa entrever também sob a lama mãos e decisões humanas. Se fosse apenas uma questão de deuses, como no Olimpo, em que os mortais achavam-se submetidos aos humores e gestos punitivos de Zeus, entenderíamos.

Não temos, aliás, problema algum em admitir a fé e respeitar os ritos haitianos, brasileiros, africanos ou de qualquer credo. Não dá, por outro lado, para isolar tais escolhas e práticas numa redoma de vidro, circunscrevendo-as apenas à esfera da metafísica e do irracional. A religião e outras manifestações confessionais acham-se embebidas de história e nela puseram também os seus vincos, integrando hoje inclusive o epicentro das guerras contemporâneas. Por isso, enganam-se aqueles que querem soterrar o tema como um mero tabu ou algo estritamente primitivo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Dossiê Especial Haiti





Pela primeira vez em muitos anos, o Haiti ganha destaque nas notícias internacionais. Infelizmente o tema das reportagens não versava sobre a riqueza cultural do país, nem sobre o incomum processo histórico que permeou a abolição da escravatura e a constituição de uma república. Tampouco foi mencionado que este foi o primeiro país americano com um líder negro.

Na verdade foi uma tragédia que trouxe o Haiti às primeira páginas dos jornais. Uma tragédia que vitimou a população local e estrangeiros que lá viviam. Uma tragédia que não poderia ser evitada, mas que foi agravada em muito pela pauperização do país e de sua população.

Na verdade o terremoto que vitimou dezenas de milhares de pessoas neste país alcançou maiores proporções por encontrar um país política e economicamente devastado.

Foram vários os fatores que contribuíram para a atual situação do país, no entanto pouco ou quase nada se fala sobre eles na mídia hegemônica... Não foi um pacto com o demônio que levou o país a essa situação, como afirmou o Sr. Pat Robertson, e nem uma falta de sorte que perseguiria a população descendente de africanos, como dito pelo Sr. George Samuel Antoine (curiosamente, cônsul do Haiti no Brasil).

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Dossiê Especial Haiti


Começa hoje a série “Dossiê Especial Haiti”. A Equipe do Mídia e Questão Social trará fatos e reflexões sobre a história política recente do povo haitiano e as várias expressões das questões sociais que assolam o país.

Doze de janeiro marca o século XXI. A história mundial terá essa página de sofrimento alargada, porém, nunca na proporção vivenciada por uma nação desconstruída há séculos pelas mãos e interesses dos homens, o Haiti.

Parece que a natureza desperta, depois de 200 anos e faz de sua força um fato concreto de dor, perdas e desespero. Esse despertar embora tenha sua origem, geologicamente falando, suas conseqüências se agravam pelos descuidos dos Estados-Nações com o meio ambiente. Tivemos Tsunamis na Tailândia no final de 2004, uma enorme catástrofe, mas não nas proporções do terremoto no Haiti, essa ilha hispaniola, situada no Caribe, locais de muitos fenômenos naturais, os quais em 2008 deixaram cerca de mil mortos e mais de 800 mil desabrigados. Nessa tragédia não se tem uma estimativa precisa de quantos mortos, num país de 9 milhões de habitantes, cuja 80% de sua população vive abaixo da linha da pobreza o que corresponde a UU$2 (o equivalente a R$4,00) por dia. Presume-se que o número de mortos esteja próximo a mais de 100 mil, o que pode significar mais de 1% de seus habitantes, na faixa etária entre 15 a 64 anos, o que corresponde a 58,5 % de sua população.

Partilhamos essa dor com o sofrido povo haitiano e também com os brasileiros mortos nessa tragédia.

Leiam o texto abaixo de Eduardo Galeano, publicado em 15 de janeiro no site Cuba em Debate, e que faz uma análise sobre a recente história sócio-política e econômica do Haiti. Galeano escreveu-o em 26 de julho de 1996. Pode-se constatar que a realidade expressa nele, corresponde aos dias atuais do Haiti.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Editoria Volta do Mundo, Mundo dá Volta

Adeus a Daniel Bensaid - o irredutível



“Le révolutionnaire est un homme de doute opposé à l¹homme de foi,
un individu qui parie sur les incertitudes du siècle,
et qui met une énergie absolue au service de certitudes relatives »*.
D. B.

« La force de l¹indignation traverse, comme un souffle inspiré, tous ces écrits »**.
Michel Lowy

O público universitário e os assistentes sociais brasileiros, à exceção dos setores mais engajados à esquerda e aqueles ligados às correntes da IV Internacional, tem vagamente uma ideia de quem foi Daniel Bensaid. Para quem não conhece, trata-se de um intelectual francês, falecido no último 12 de janeiro, o qual teve um papel de proa nos eventos de Maio de 1968, em Paris. Além de fundador e militante por muitos anos da Liga Comunista Revolucionária (LCR) e do recém-criado NPA – Novo Partido Anticapitalista, Bensaid era filósofo e professor na Universidade Paris 8. As homenagens dos que privaram da sua companhia e camaradagem política, e mesmo dos que o conheceram à distância continuam a se suceder na França, dando uma dimensão da grandeza e imensa generosidade política e humana desse intelectual que investiu na renovação do marxismo e na ruptura com o dogmatismo.

Pessoalmente, tive a oportunidade de entrevistá-lo no ano de 2008 para a revista Em Pauta, da Faculdade de Serviço Social da Uerj, em seu número 21, tendo em vista um dossiê especial sobre Maio de 68. Surpreendeu-me na ocasião a sua pronta disponibilidade, cultura geral, mais a rica palheta de temas que abordou em resposta às questões postas, com uma visão extremamente rica da América Latina e conhecedora de autores e personagens que fizeram e ainda fazem a nossa história. Não se trata ali apenas de uma entrevista, mas de uma aula de « geopolítica de esquerda », inspirada na irreverência, resistência social e fermentação utópica dos que participaram das barricadas estudantis parisienses. Compartilho com os leitores do blog Mídia e Questão Social algumas das melhores passagens dessa longa entrevista, em que se pode vislumbrar a figura humana, o crítico e o militante irredutível, Daniel Bensaid.

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[Trechos] Maio de 68: uma página na história mundial de lutas - ENTREVISTA COM DANIEL BENSAID



                                                                                                                                                                                                                                                                 
Cartaz de maio de 1968 (França)                             [D. Bensaid é o de casaco branco]

Entrevista e tradução
Mione Apolinario Sales

(Paris, 02/06/2008)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Editoria Caleidoscópio Baiano

PNDH repercute na Bahia


O Plano Nacional de Direitos Humanos, lançado recentemente pelo governo federal, segue gerando polêmica. Ainda não pude analisá-lo com rigor. Fiquei assustada com a repercussão do PNDH em Salvador porque agora todas as medidas governamentais, até as mais necessárias, são tratadas como oportunistas e eleitoreiras.

A Bahia ainda não se livrou de um legado conservador e autoritário, fruto da dominação de forças políticas no poder há mais de 30 anos. Apesar da resistência vigilante dos movimentos sociais, ainda temos muito o que conquistar.

A mídia local apela ao fazer de um pronunciamento de um deputado federal tucano a “voz de todos os baianos”. As duas notas, transcritas abaixo, foram publicadas no Tribuna da Bahia, de hoje, dia 18.

Baianos se unem contra o PNDH de Lula

O deputado federal Jutahy Jr. (PSDB- Bahia) classificou de nitidamente autoritários e radicais aspectos do Plano Nacional de Direitos Humanos, o mais novo foco de polêmica do governo Lula. O deputado lembrou que, na questão do direito à propriedade, o Plano fere, por exemplo, a Constituição. “A proposta do governo é que haja uma mediação entre as partes – o invasor e o invadido – antes da concessão da liminar. Isto é estimular invasões e ferir a Constituição”, disse o deputado tucano.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Ainda sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos

Persistem as polêmicas sobre o lançamento do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, pelo governo federal. Em geral, a grande imprensa destaca especialmente as críticas feitas por alguns setores sociais ao Programa, além de questionar sua abrangência. Nesta abordagem, além de evidenciar a tentativa de transformar interesses particulares em interesses pretensamente universais, desconsidera avanços que as lutas sociais do século XX produziram acerca do debate sobre direitos humanos.

A cobertura da mídia alternativa pode ser um interessante contraponto neste debate. É o caso da publicação, pela Caros Amigos, do artigo que abaixo reproduzimos, de autoria do doutor em Direito Fábio Konder Comparato. Ainda que seja possível discutir aspectos polêmicos levantados pelo artigo, como o que se refere à revogação da antiga lei de imprensa, vale conhecer seus argumentos e contrapor suas reflexões à versão que os grandes instrumentos de comunicação vêm divulgando.

Abraços,

 Equipe do Blog Mídia Questão Social

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 macaco não soube esconder o rabo

Por Fábio Konder Comparato

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Editoria Estranha Semelhança com a Utopia

A mídia na disputa entre concepções de direitos humanos
                                       
                    Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e
                    inter-relacionados.  comunidade internacional deve tratar os direitos
                    humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a
                    mesma ênfase. Embora particularidades nacionais e regionais devam
                    ser levadas em consideração, assim como diversos contextos históricos,
                    culturais e religiosos, é dever dos Estados promover e proteger todos
                    os direitos humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem seus
                    sistemas políticos, econômicos e culturais. (Declaração e Programa de
                    Ação de Viena, 1993)


Jefferson Ruiz


Manchetes e reportagens das últimas semanas criticam o lançamento, pelo governo federal, do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos. Para os grandes proprietários de terra, o documento cria “insegurança jurídica”; para os grandes e poucos proprietários de meios de comunicação, “atentam contra a liberdade de expressão”. Outros setores escandalizam-se pela previsão do debate sobre a taxação de grandes fortunas ou, ainda, da utilização de símbolos religiosos (normalmente ligados a uma única religião) em espaços públicos como tribunais e escolas.

A reação raivosa da imprensa e de setores que concentram parte significativa das riquezas nacionais deve ser percebida adequadamente. No Brasil, os 10% mais ricos concentram 44,5% da renda produzida pelo trabalho, enquanto os 10% mais pobres ficam com apenas 1% dela. Efetivar direitos humanos em uma sociedade com tal desigualdade é discutir, necessariamente, o modelo de organização econômica e os privilégios que estes poucos setores detêm em suas mãos. Em minha perspectiva significa denunciar a incompatibilidade entre capitalismo e as previsões de dezenas de documentos internacionais sobre direitos humanos aprovados especialmente após a Segunda Guerra Mundial.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Editoria Estranha Semelhança com a Utopia


Uma estranha semelhança com a utopia


A tecnologia avançou, mas a filosofia não, nem o amor nem a maneira
pela qual os humanos organizam e regulam suas relações com outros.
(Eric Hobsbawm, 2009)

Jefferson Ruiz


Escrever para leitura pública é sempre um desafio. Como diz o Intervozes (2009), sempre que comunicamos algo para grandes públicos “editamos” informação. Em outras palavras, escolhemos o que dizer, o que não dizer, o que priorizar, o que secundarizar. E a vida, como nos lembram vários filósofos e autores que debatem ética, é feita de escolhas. A grande maioria delas está condicionada pelo mundo em que vivemos: o mesmo vídeo do Intervozes destaca que liberdade é um conceito que precisa ser pensado a partir das condições básicas que são oferecidas para seu exercício. Mas também somos responsáveis por determinadas escolhas que fazemos e é passível que sejamos cobrados por elas.

Ao ser convidado pelos companheiros que mantêm o blog “midiaequestaosocial” a escrever periodicamente para este instrumento de comunicação tive um certo desconforto e um “frio na barriga”. Não sou dos maiores internautas. Ainda leio muito em papel, embora passe cada vez mais tempo de minha vida diante de computadores. Entendo perfeitamente atrasos em respostas a e-mails, desconhecimento de informações que estão no primeiro “clic” em qualquer página bastante acessada da internet etc. Dificilmente leio textos do tamanho que este terá sem imprimi-los... Enfim, alguém com estas características teria que se desafiar a um novo comportamento frente, no mínimo, ao próprio blog... Outra responsabilidade calava alto: o “midiaequestaosocial” é resultado de um processo coletivo de assistentes sociais, profissionais de comunicação e outros sujeitos que resultou em livro publicado pela Cortez em 2009. Tive a honra de ser um de seus organizadores, gentilmente convidado por Mione Sales. Então, como “arredar pé” deste desafio?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Editoria Caleidoscópio Baiano

Um novo olhar sobre o Pelourinho


Claudia Correia

Fiz um breve recesso na nossa conversa semanal para um merecido descanso e muitas farras. Passadas as festas de fim de ano, reafirmo nossos votos de um 2010 cheio de novas conquistas para todos nós que sonhamos e lutamos por uma sociedade que respeita os direitos humanos e a liberdade, inclusive de expressão.

Estive em passeio com amigos paulistas pela velha Salvador estes dias e lembrei-me de dar notícias aos parceiros blogueiros sobre o Pelourinho.

O Centro Histórico de Salvador reúne uma riqueza cultural inestimável. Além de cartão postal da primeira capital do Brasil, a área, que abrange os bairros que inclui do Santo Além do Carmo até o Largo 2 de julho abriga o maior conjunto arquitetônico barroco da América Latina, igrejas seculares e monumentos tombados pela Unesco como patrimônio da humanidade.

O Pelourinho, incluído neste sitio histórico, tem um forte apelo simbólico para os movimentos negros baianos e representa hoje a resistência cultural destes povos escravizados pelo trafico com a África nos séculos XVI a XIX.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Editoria Web@Tecno

“Brasil, mostra a tua cara”:
verso e reverso dos novos índices do consumo e inclusão digital



Acerca de quinze dias atrás, recebemos uma boa partilha de informações publicada na Folha de São Paulo em 12 de dezembro, que nos foi enviada por Jefferson Ruiz*. Era a divulgação de um “retrato do Brasil” que emerge da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), feito pelo IBGE no último trimestre de 2008. Nessa amostragem foram ouvidas 391 mil pessoas, com mais de dez anos de idade, que acessaram a rede três meses antes da entrevista.
Mas tivemos um consenso em deixar mais em evidência a cobertura da I Confecom, feita pela repórter especial do blog M&QS, Claudia Correia. Depois, chegou o Natal e assim, o tempo correu.

Essas informações, porém, não se fazem desatualizadas porque retratam alguns vieses importantes sobre como se dá o acesso a novas tecnologias digitais pelas camadas mais pobres da população brasileira. Em linhas gerais são elas: o acesso à internet no Brasil; o aumento da aquisição de telefone celular por pessoas de baixa renda, além do uso do “aparelhinho” por menores de 18 anos; o percentual de estudantes que usa a rede mundial de computadores; o novo perfil de uso da internet e, finalizando, o olhar sobre a inclusão digital enquanto um desafio da educação. Vamos então a elas:


Inclusão versus exclusão

A inclusão digital cresce, mesmo assim a maioria da população ainda não tem acesso à Internet. Em termos percentuais, isto equivale a 65% de indivíduos com mais de dez anos, que estão excluídos do mundo digital.