Pequena cartografia da educação estadual no Rio de Janeiro
Fonte: google
Nós do blog Mídia e Questão Social temos a convicção de que para que não sejamos submetidos à visão de mundo estreita que tenta nos impor o império das comunicações no Brasil e sua força, temos que – dentre outras transformações necessárias à democratização da mídia – fortalecer as políticas públicas de educação e cultura, assim como os movimentos sociais ligados a essas areas. Por isso, para dar uma ideia do problema da educação no país, ilustramos com uma pequena mostra da situação funcional e salarial dos professores da rede estadual do Rio de Janeiro. A matéria não é nossa, mas conta com o depoimento do SEPE – Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro. Por isso, assinamos embaixo.
Equipe do Blog Mídia & Questão Social
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Deu no UOL Educação
Rede estadual do RJ perde quatro professores por dia; baixo salário seria motivo da desistência
Elisa Estronioli
Em São Paulo
De janeiro a junho de 2010, a rede estadual do Rio de Janeiro perdeu quase quatro professores por dia, sem contar aposentadorias, mortes e demissões. Isso significa que 681 docentes foram exonerados da Educação estadual. Os dados obtidos pelo UOL Educação são da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro. De acordo com o Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), os professores abandonam a rede por causa dos baixos salários.
Além dos professores exonerados, 1.029 professores se aposentaram, 137 morreram e 170 foram demitidos - num total de 2.017 professores. A rede estadual conta com 75 mil professores. Considerados todos esses motivos, o sistema perdeu 11 profissionais por dia no mesmo período.
Segundo a Secretaria, a exoneração pode representar duas situações: ou que o professor realmente está deixando a rede ou que foi aprovado em um novo concurso e teve de deixar sua matrícula anterior. Nem a secretaria nem o sindicato conseguem precisar quantos desses professores realmente abandonaram a rede pública, mas o Sepe afirma que eles representam a maioria absoluta dos casos de exoneração.
Com a rotatividade no sistema estadual de ensino, a necessidade de concursos é constante. Segundo a secretaria, o último foi feito em 2009, para disciplinas e coordenadorias regionais onde não existiam mais candidato a serem convocados de concursos anteriores. Além disso, foram convocados profissionais que fizeram concurso em 2007 e 2008.
R$ 765 de salário
Os salários baixos, uma reclamação que não é exclusividade dos docentes fluminenses, são o principal motivo dos abandonos. De acordo com o sindicato, os professores de nível 3, com formação superior, que representam a maioria dos contratados pelo Estado do Rio de Janeiro, recebem no início da carreira vencimentos de R$ 765,66. No nível 9, o mais alto da carreira, o salário chega a R$ 1.511,27.
“Com esse salário [de R$ 765,66], os professores estão dando aula em duas, três escolas, e o Estado não paga o transporte. No fim do mês, o professor fica com um salário mínimo”, diz Maria Beatriz Lugão, coordenadora do Sepe.
Segundo levantamento do sindicato, em 2009 o número de exonerações também foi bastante alto: 1540. "Neste ano, o piso estava abaixo de R$ 500", justifica Lugão.
O professor Nicholas Davies, da UFF (Universidade Federal Fluminense), concorda com o Sepe: "O professor não permanece na rede porque o salário é muito ruim. Eu mesmo fui professor durante nove anos, mas assim que pude prestei concurso para a UFF."
Segundo Lugão, por causa disso, a rotatividade no setor é muito alta. “Muitos professores não ficam nem um ano na rede. Assim, não é à toa que o Rio de Janeiro esteja no penúltimo lugar do ranking do Ideb”. No último Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), referente a 2009, as notas de rede estadual do Rio de Janeiro ficaram abaixo da média nacional em todos os ciclos. De primeira a quarta série, a média da rede estadual fluminense foi 4,0, contra 4,6 na média nacional. De quinta a oitava, foi 3,1 contra 4,0 no Brasil. No ensino médio, 2,8 contra 3,6.
[Fonte: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/08/26/rede-estadual-do-rj-perde-quatro-professores-por-dia-baixo-salario-seria-motivo-da-desistencia.jhtm ]
Bom dia. Leandro vim conhecer seu Blog por indicação da Ana Carolina, que foi minha aluna. Você e seus amigos estão de parabéns, gostei muito do Blog e já estou seguindo oficialmente. Vou publicar seu Blog nos meus dois Blogs porque é um espaço interessante de informação e pesquisa, principalmente para alunos e profissionais do Serviço Social. Um abraço! Odete Dan Ribeiro
ResponderExcluirA educação jogada no lixo não é privilégio de nenhum Estado. Uns estão um pouco menos ruim, outros um pouco mais, mas comparando com países limítrofes o nível de ensino no país é de um grande mobral, comparado com países desenvolvidos então...
ResponderExcluirA educação só aparece como prioridade em propaganda eleitoral, depois, volta pra lata do lixo do descaso. Enquanto o mundo se prepara para novas tecnologias, nós tentamos fazer com que um aluno saia do segundo grau alfabetizado.
Um abraço minha caríssima Nelma.
Querido Humberto,
ResponderExcluirSuas opiniões como sempre pertinentes e provocadoras! Como diria um dos entrevistados do documentário « Janela da Alma », « o incômodo faz pensar » !!! Chega realmente quase a ser lugar comum, uma cantinela reclamarmos do estado da educação e também da saúde brasileira. Nesse último quesito, temos blogs-amigos que já estão dando a sua brilhante contribuição crítica, propositiva e prática. Basta consultar a nossa "lista de blogs" na coluna ao lado…
Quanto à educação, vimos nos convencendo ao longo desse um ano do blog Mídia e Questão Social que tanto a defesa da cultura quanto a de uma educação de qualidade são pautas e bandeiras fundamentais para o enfrentamento do « macro-poder midiático ». Acreditamos em transformações de baixo para cima, já que as « de cima » como a chuva no sertão nem sempre vêm… Por isso mesmo, vai ser inaugurada em breve uma editoria específica aqui no M&QS… Ela vai ficar sob o comando de um militante e professor carioca! Ele já está esquentando os tamborins… ou melhor, o teclado! Mas deixemos ele se apresentar logo, logo com os argumentos de quem conhece a educação por dentro… Um grande abraço e volte sempre!!! Mione Sales***