terça-feira, 19 de outubro de 2010

Editoria Fazendo Arte & Educação

SÉRIE MÍDIA E ELEIÇÕES - SEGUNDO TURNO PRESIDENCIAL

O que é isso, companheiro? VIRANDO A PÁGINA DO SONHO

Fernando Botero. “Presidente dormindo”

“A vida muda como o sonho em luz elétrica”
Ferreira Gullar

Ricardo Pereira*


O PSOL, partido ao qual sou filiado, demorou a divulgar uma posição (voto crítico ou nulo), e eu “inspirado” por algumas colocações dos blogs-irmãos e outros companheiros, amigos e família, encho o peito de ar e me preparo para o impacto, mas vou opinar.

Somos um blog que fala sobre mídia e todos nós sabemos que os meios de comunicação - midiáticos, os mídias e todos os outros nomes que podemos chamar esse mundo da informação em rede - não são imparciais e não estou falando apenas de eleições. Estou falando de tudo nessa vida. No capitalismo os meios de comunicação estão a serviço de todas as espécies imagináveis de mercadorias, incluindo pessoas, principalmente em ano eleitoral.


A voz do dono e o dono da voz




É, nossa voz tem um dono. No mundo em que vivemos todas as coisas têm de certa forma um dono, mesmo as coisas que não vemos, como, por exemplo, o pensamento. Na nossa sociedade, é fundamental o controle do pensamento e uma parte desse controle é feito através da mídia. As mídias na “democracia” são os agentes da propaganda e da censura do sistema.

Ficou surpreso com a palavra censura? Sim? Sim, a censura existe. O conceito não está só associado aos regimes ditatoriais, quando a censura é assumida claramente e as pessoas sabem que existem informações que o Governo esconde.

Nas “democracias”, a censura também é “democrática”: escondem de nós as informações, em geral, com o excesso de informações. Somos bombardeados diariamente com milhares de propagandas.

Não sei se esse estudo já existe no Brasil, mas nos EUA já se sabe que um americano assiste a 4000 propagandas por dia; propaganda e aquelas informações vinculadas aos programas que os publicitários chamam de merchandising ou aquelas informações sem grande interesse, para assim ocultar as informações realmente essenciais. Conscientes deste processo, um grupo de jornalistas e ativistas pelos direitos humanos estadunidenses juntou-se com objetivo de tornar acessíveis as notícias censuradas. Para espanto de muitos descobriram que os impostos dos contribuintes americanos serviam entre outras coisas para formar e armar esquadrões da morte em países vizinhos, como o de Chiapas no México que combate o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Descobriram também, que muitas empresas multinacionais empenham-se na criação e fabricação de armas químicas e biológicas. A lista é extensa, e para maiores informações, recomendo entrar no site: sonoma.edu/projectcensored. O que demonstra a importância da internet como uma via de opiniões independente de governos e empresas.

Tudo isso para demonstrarmos que existe censura, e o pior é que nas ditaduras estamos conscientes disso, mas nas “democracias”, embora existindo, as pessoas acreditam na imparcialidade dos meios de comunicação.

Exemplos para provar como a mídia é manipulada não faltam. Talvez o exemplo mais emblemático seja o da filha do embaixador do Kuwait nos EUA que, se passando por enfermeira, foi parar na TV aos prantos, falando que soldados iraquianos tinham roubado incubadoras e matado os bebês. Tudo isso para ganhar a opinião pública americana para a guerra do Golfo. Outro exemplo que mostra como a mídia está a serviço do sistema político e econômico é uma técnica conhecida como “efeito biombo” que consiste em desviar o interesse da opinião pública para se poder assim praticar algo condenável. Temos o exemplo novamente do governo americano que aproveitou o desencadeamento da Revolução Romena (1989) para invadir impunemente o Panamá.

O grande objetivo do sistema é, portanto, tentar que a população tenha pouca ou nenhuma informação para serem mais submissas e passivas. Daí ser importante que a maioria das pessoas não tenha acesso aos meios alternativos como a internet, mas, que fique apenas com as informações requentadas pela rainha da alienação, a TV.

Por falar em TV, comecemos pelos telejornais, que, ao contrário dos jornais, não têm o objetivo de informar, mas sim entreter, divertir e sobretudo distrair as pessoas. Daí que as notícias nos telejornais não tenham background, ou seja, as notícias são vinculadas sem as devidas contextualizações no espaço e no tempo. Depois, com prejuízo de critérios de qualidade, prevalece o sensacionalismo, em que quase sempre a violência e o crime são dramatizados ao limite. A tônica recai nos casos do dia, aqueles que supostamente “interessam” ao grande público, mas que não tocam em nada de importante. Esses geram consensos.

Temos também em outro nível os analistas e os comentadores, aqueles caras que têm sempre na ponta da língua uma análise ou um comentário. Parecem grandes pensadores, mas não passam de fast-thinkers como costumava chamá-los o sociólogo Pierre Bourdier. São autênticos “Lucky Lukes do pensamento”, analisando fatos e notícias mais rapidamente do que a própria sombra (de eleição a resgate de mineiros chilenos). O truque é fácil: pensar por ideias feitas, lugares-comuns que são imediatamente aceitos por todas as pessoas e que principalmente não choquem nem dividam. O contrário disso é o pensar, e hoje em dia para muitos pensar já é subversivo. O pensamento desmonta as ideias feitas e o senso comum. Isso requer longos encadeamentos de razão, o que é impossível de acontecer na TV.

Podemos concluir que a mídia é o “cão de guarda” do capitalismo, porque faz parte e está a serviço do sistema.


Eleições e direito de expressão das candidaturas minoritárias


“Graúna”. Homenagem ao velho e saudoso Henfil.


A essa altura, vocês já devem estar se perguntando: “e as eleições?” Bem, vou chegar lá. Durante o primeiro turno, o candidato a presidente Zé Maria (PSTU), já nos alertava: “ NÃO DEIXE AS REDES DE TV DECIDIREM O SEU VOTO”. E o companheiro seguia falando que:

“As redes de TV e os grandes jornais desrespeitam dois direitos fundamentais no processo eleitoral: o direito do eleitor de saber quais são os candidatos e o que propõe cada um deles; e o direito dos candidatos inscritos junto à Justiça eleitoral do país, de expor aos eleitores as suas propostas.

Só assim seria possível o eleitor votar com consciência, escolhendo dentre todos os candidatos aquele que lhe pareceu melhor. Fora isso, a eleição se transforma em manipulação.

É isso que vem sendo feito pelas redes de TV e pelos grandes jornais. Infelizmente, até agora, a Justiça eleitoral não tomou medidas para coibir esta prática.”

Plínio de Arruda (candidato a presidente da República pelo PSOL), por exemplo, só entrou nos debates através de um liminar concedida pela justiça eleitoral. Veja bem, até aí não se ouvia de nenhum petista questionamentos sobre o papel da mídia nas eleições presidenciais. Mas, agora o calo doeu. Os donos do meio de comunicação escolheram o outro candidato para o segundo turno. Sim, procede a reclamação dos petistas, vide a demissão da colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Maria Rita Kehl. Foi demitida do veículo após a publicação do artigo "Dois pesos...", em que fez comentários favoráveis ao programa Bolsa-Família, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mesmo artigo, publicado no dia 2/10, Maria Rita elogia o jornal por se declarar favorável à candidatura do presidenciável José Serra, como uma atitude honesta do veículo.

O fato narrado acima ilustra um pouco o papel da mídia nas eleições, que é o de eleger os candidatos que favorecerão os seus interesses corporativos. E demonstra uma divisão de frações da burguesia neste segundo turno, pois definitivamente não é a opinião de parte do setor financeiro, que, de acordo com a recente Carta dos Bancários ao Presidente Lula, é o segmento mais lucrativo do país, tendo os seis maiores bancos auferido R$22 bilhões somente no primeiro semestre deste ano.


Contra a farsa da democracia: voto nulo e boicote ao processo eleitoral


Charge do artista André Arantes

Como outros blog-amigos, estou muito chateado com essa farsa que a mídia burguesa insiste em chamar de festa da democracia. Continuo achando que a participação no processo eleitoral do jeito que está formatado (militantes de aluguel, campanhas midiáticas milionárias, ausência da esquerda nos debates eleitorais e fraude nos institutos de pesquisa) se transforma em uma ilusão e armadilha para os partidos de esquerda, que acabam se pautando cada vez mais pelo calendário eleitoral e se afastando das mobilizações e lutas sociais, que, na minha opinião, são a única forma capaz de alterar as condições de vida da população.

Infelizmente, a esquerda - PSOL, PSTU e PCB - mais uma vez se dividiu na busca por melhores ajustes eleitorais (perfil midiático, liderança na chapa e tempo de TV). Eu, mesmo achando tudo isso ridículo, montei minha chapa, misturando as legendas do PSOL/PSTU (que carnaval!) e fui votar.

Nesse jogo de cartas marcadas, o resultado não poderia ser outro para a esquerda no Brasil. Teremos dois senadores (Amapá e Pará) e três Deputados Federais pelo PSOL (entre eles, Jean Willis, ex-BBB) e vimos crescer o eleitorado da direita no país, em especial do PMDB (contando com a ajuda do PT, que abriu mão de lançar candidatos em três estados centrais para apoiar os partidos da base). Além disso, assistiu-se ao aumento do número de "artistas", "cantores" e ex-jogadores de futebol eleitos, mas que talvez ocupem um espaço do voto de protesto que tradicionalmente seria nosso, da esquerda.

O que me leva a questionar se nosso esforço militante e financeiro não seria melhor empregado em campanhas de boicote e questionamento a este modelo de “democracia”. Investiríamos o restante em formação de uma nova cultura política e nas lutas sociais, sem nos preocuparmos com calendário eleitoral.


O PT versus as pautas da agenda burguesa



Quanto ao Segundo Turno, penso que o PT não está muito interessado no meu voto. Na verdade, ele está mais preocupado em fazer concessão para a direita (ver matérias sobre o aborto publicadas nos últimos dias na mídia).

Estou com a mesma posição de uns amigos que defendem o voto nulo. Começou a preparação para resistir à Contra-reforma da Previdência, seja Dilma ou Serra. Pergunto-me, porém, sinceramente, nesse exercício de pensar alto e ouvir meus camaradas de blog: será que o PT fora do Governo não iria fazer oposição a essas reformas neoliberais? O PT, com a bancada gigante no Congresso (contou, inclusive, com os votos do Tiririca em SP), vai atrasar ou não essas pautas da agenda burguesa?

Deveríamos, sim, propor um boicote ao segundo turno das eleições, questionar o processo eleitoral, começando pela obrigatoriedade do voto (mereceria um outro artigo), que é um dos grandes legados da ditadura militar no Brasil.


Sonho mau: Dilma de olho nas lideranças evangélicas



A Dilma começou a campanha no Rio de olho nas lideranças evangélicas (ver carta divulgada). Como eu temia, o PT, acuado pela direita, vai “endireitando” ainda mais o seu discurso e programa. Aí fica dificil de votar ou pedir voto! Ainda por cima veio ao Rio de Janeiro defender a política de segurança de sucesso do governador Sergio Cabral e sua exportação para todo o Brasil (já tinha falado essa baboseira nos três debates).

Juro que estou tentando bravamente, mas a Dilma e o PT não estão contribuindo!

Delfim Neto no “Valor Econômico” na sexta-feira, dois dias antes do primeiro turno: "Todos sabem que qualquer que seja o candidato que ganhe, se não for Plínio de Arruda Sampaio, tudo fica como está e seguirá se aperfeiçoando. Pode ter uma mudancinha aqui outra acolá, mas nada substantivo".

Por isso, eu voto nulo no segundo turno. Quem diria, eu, um velho “Trosko”, concordando com o Delfim.

O Brasil melhorou? Claro, mas dava pra ficar pior. É o país dos nossos sonhos? Esse é um debate duro. O argumento dos petistas tem como base o Programa Bolsa-Família, o qual, dependendo da renda familiar por pessoa (limitada a R$ 140), do número e da idade dos filhos, paga a cada cidadão o valor do benefício entre R$ 22 a R$ 200.

Tenho certeza de que esse valor não altera radicalmente a condição de vida do nosso povo. Não estou falando de “achismo”. Vou quase todos os dias ao Jardim Gramacho em Caxias (ao lado do lixão), em Sargento Roncalli (Belford Roxo) ou Capivari (Caxias) e não deve ser muito diferente da realidade em outras periferias por este Brasil afora.

Não vou nem falar sobre a felicidade estampada num crediário feito nas Casas Bahia ou sobre o Crédito Fácil, que se soma à vida dura de endividamento e desespero dos trabalhadores, porque obviamente os salários (principalmente o salário mínimo, mesmo com ganho real) não acompanham o elevado número de impostos, as altas tarifas e os juros que geram elevados lucros para a parceria financeira entre o comércio e os bancos.

Meus alunos, aqueles menos politizados, vez por outra, aparecem com candidatos, para dizer o mínimo, um tanto quanto esdrúxulos, conservadores, pró-sistema. São candidatos de direita, mas o meu discurso é invariavelmente o mesmo: “anota esse nome e guarda com carinho, procura acompanhar o que ele faz, no que ele vota. Em resumo, vê o que e quem ele defende, quais os interesses por trás disso tudo...” Em geral, eles fazem a experiência e mudam de voto (infelizmente, nem sempre da forma como eu gostaria).

Por isso, não compreendo os petistas acharem natural o voto na Dilma. Não vou falar de toda minha trajetória, mas fui militante do PT (digo com muito orgulho) e fiz campanha para o companheiro Lula desde a primeira vez, em 1989. Esta experiência está guardada em minha mente e marcada na minha alma. Uma das primeiras imagens, porém, do Lula Presidente que vêm à minha memória é a dele indo aos EUA e chamando o Bush de “companheiro”. Neste momento, arrependi-me do voto digitado na urna, em 2002.

Lula e os petistas escolheram os seus parceiros nesses oito anos de Governo e definitivamente meu lugar não é deste lado da barricada. Vou fazer como o meu aluno e, desta vez, mudar o meu voto.





Ricardo Pereira – é professor Docente da disciplina de Artes da rede estadual, militante e funcionário do SEPE/RJ. Contato: e-mail: ricardoploc80@globo.com

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2 comentários:

  1. Muito legal o texto.
    É importante para os jovens que já votam; e não tem nenhuma opinião, além do que já foi e é falado nas propagandas de tv.

    - Política é muito interessante, mas acredito que não é tão bem divulgada ao cidadão, que na minha concepção, acaba votando em "candidatos", que não tem a menor ideia do que seja política e representar o cidadão.

    - Sobre a Mídia e a Política:
    Acho que se esses dois assuntos, fossem tratados com seriedade, na hora de uma divulgação; chamar atenção, com coisas que o cidadão podesse entender, tudo estaria sendo encaminhado no "bom rumo ao segundo turno".
    Porque as rádios, tvs, etc; Se preocupam muito com a parte estética; Deixando o cidadão confuso. Tem muitas propagandas "bonitinhas", cheias de cores, que não dizem nada!
    Candidatos usam o twitter, para ter o mundo virtual (nesse caso o eleitor) ao seu entendimento; esquecem de que enquanto eles tuitam asneiras, podiam estar tratando de algo mais interessante para o cidadão!
    *Candidatos usam a tv; para detonar com o candidato oposto... é muita baixaria!
    E nessa os cidadãos que estão no mesmo barco, não sabem como seguir uma correnteza, em um barco que a cada dia parece afundar mais!

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  2. Olá Ricardo,
    Antes de mais nada, parabéns pelo excelente artigo. Leitura fácil e contagiante, exatamente o necessário quando precisamos discutir temas que nos “doem na alma”.
    Me senti falando por suas mãos em vários momentos do texto.
    Algumas observações:
    Tenho pensado muito na democracia.... o que é de fato? A quem ela serve? Devemos “endeusa-la” em sua face atual? Será que existe, de fato? Material para mais artigos e reflexões, não????
    A eleição deste ano - se não a pior, muito próxima disso - escancarou a política do individualismo. Votou-se em pessoas e não em projetos – mesmo nós, que nos consideramos eleitores críticos e “de esquerda” – não foi assim com nossas chapas frankstein? Bom, ao menos nos limitamos a um campo, o que ainda mantém algo de projeto na escolha. Será que ainda há algo a se investir neste “instrumento da democracia”?
    Outra característica desta eleição foi o de destacar os artistas como os vilões do momento. Algumas candidaturas realmente não se justificam (vide o campeão de votos), mas senti um quê de pré-conceito aos “não políticos” no texto, ao citar o Jean Willis. Li uma entrevista dele e, não tenho dúvida, ele tem muito mais consistência política do que uma imensidão de candidatos – e não excluo nossos caros companheiros “militantes políticos” de esquerda. Você cita que “..os artistas nos tiraram os votos de protesto ....” - queremos estes votos? Nos ajudam a construir algo após a urna?
    Quanto ao custo financeiro e de esforço militante tenho absoluto acordo contigo. Acabo de experimentar algo. Perguntei a dois amigos, candidatos pelo PSOL e PT a respeito dos custos de suas “modestas campanhas”, em suas palavras. 20 e 170 mil reais. Quando conseguiríamos arrecadar isso em favor do Movimento Social? Quanto não faríamos com esta grana?
    Quanto ao segundo turno: também tentei votar na Dilma, por dois motivos: ser funcionária pública estadual em São Paulo - a vitória do Serra daria muito espaço ao Alkmin, para destruir ainda mais o serviço público e seus trabalhadores - e pelas diversas campanhas preconceituosas e reacionárias contra Dilma. Mas quanto mais vejo e ouço a candidata ou seus apoiadores, mais me convenço do voto nulo.
    Tenho enfrentado, e imagino, não é exclusividade minha, argumentos vários de que o voto nulo ajudará o PSDB, que o governo Lula, apesar de não ser magnífico, melhorou a vida de muita gente, que não dá pra botar Serra e Dilma no mesmo saco etc. Mas, voltando a conversa da democracia, não é pra isso que ela existe (pelo menos em tese)? Pra me permitir expressar opinião? Então, apesar de questioná-la, farei uso dela, nesta perspectiva, neste momento.
    Tivemos uma experiência bastante gratificante aqui em Campinas, por ocasião da candidatura da Marta Suplicy ao governo de São Paulo. Chegamos ao segundo turno com Covas e Maluf. À época no PT, propusemos a campanha do voto nulo para o partido. Não foi fácil aprovar, é claro, os mesmos argumentos de hoje se apresentaram – eles são atemporais. Contudo, foi aprovada a política, e voltamos às ruas “uniformizados” da seguinte forma:

    " M eu voto
    não v A i
    ajuda R
    a des T ruir
    São P A ulo.

    Nem Covas, nem Maluf.
    Voto nulo! "

    Creio que é possível e necessário repensarmos nossa participação no processo eleitoral. Mesmo que criticamente, estamos reforçando práticas e concepções que não têm contribuído com a busca de uma sociedade melhor.
    Enfim.... valeu a reflexão.

    Vivien Ruiz – Campinas/SP

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